Assim como outros sons, a música recebida pelo ouvido afeta o cérebro e produz certas percepções. Mas não só isso, o tom da música também pode afetar a forma como o cérebro funciona e responde aos estímulos, tanto de fora como de dentro do corpo.
O fenômeno de como a música pode afetar o cérebro humano foi estudado por muito tempo. Você pode não perceber, mas é necessária a cooperação de diferentes partes do cérebro para reconhecer e reunir os sons que recebemos quando ouvimos música.
Quais são os efeitos da música no desempenho do cérebro?
1. A música estimula o desenvolvimento do cérebro
Ao nascer, o cérebro do bebê não é igual ao cérebro do adulto. O cérebro passará por um processo de diferenciação durante a infância. Este processo ocorre reconhecendo o ambiente circundante, especialmente reconhecendo certos sons, fala e tons.
Um estudo de Nina Kraus publicado no site Live Science mostra que as pessoas que praticam tocar instrumentos musicais respondem melhor ao som e à linguagem. Eles também tendem a experimentar um processo de envelhecimento cerebral mais lento. Em outro estudo, Kraus também descobriu que praticar um instrumento musical pode melhorar a capacidade de uma pessoa de ouvir em ambientes barulhentos e reconhecer os aspectos emocionais da fala.
2. Ajude o cérebro a pensar de forma mais criativa
Cada vez que ouvimos uma nova música, nossos cérebros formam novas pequenas estruturas com base nas cordas de notas que são ouvidas. Esse processo também nos ajuda a formar novas maneiras de pensar.
Outro fato interessante é que se formos diligentes em seguir as tendências musicais ou ouvir novas músicas, isso pode aumentar a criatividade.
Na verdade, muitas pessoas, especialmente aquelas que não são mais jovens, preferem ouvir músicas da juventude em vez de novas músicas que estão em alta. Essas novas músicas podem não ser muito agradáveis de ouvir porque nossos cérebros não estão acostumados com esses tons, mas ouvir regularmente novas músicas pode realmente encorajar o cérebro a entender coisas novas.
3. Ajude a aprender um novo idioma
A sequência tonal da música provoca uma resposta semelhante à da linguagem. Tanto o tom quanto a linguagem são armazenados em estruturas cerebrais associadas a processos motivacionais, recompensas, e emoções.
Aprender a linguagem de certas letras de músicas que usam um idioma diferente de nossa língua materna tornará o cérebro mais rápido para lembrar e prever a estrutura da frase e a linguagem usada na música. Dessa forma, a linguagem é processada e lembrada junto com os tons em partes do cérebro e da amígdala, não nos lobos frontais usados para memorizar ou lembrar.
4. Disparar distração
A distração ocorre quando o cérebro não responde a um estímulo normalmente. Isso certamente é útil se quisermos evitar um estímulo que nos faça parar de fazer atividades, por exemplo, quando estamos nos exercitando.
Durante o exercício, o estímulo que mais aparece é a fadiga que é enviada pelo corpo ao cérebro que dá o comando para parar e descansar. Ao ouvir música, o cérebro processará o som que recebe mais do que se concentrar na sensação de cansaço. Mas esse método só pode ser eficaz para atividades esportivas leves com movimentos repetitivos e não causa dor.
Para um efeito de distração eficaz, ouça o tipo de música que o mantém motivado. Escolha música com um andamento médio, mas não muito rápido e não muito barulhento, com uma intensidade de cerca de 145 bpm. O ritmo moderado da música é mais facilmente ajustado às ondas cerebrais, porque o cérebro ainda pode processar informações do som. Enquanto isso, se for muito rápido e muito barulhento, o cérebro não pode processar informações e não o deixará mais motivado.
5. Ajuda a lembrar
A música pode desencadear o trabalho do cérebro em desenterrar informações que são lembradas por alguém. Ainda não se sabe como esse mecanismo realmente ocorre, mas existe uma teoria de que é semelhante ao fenômeno da sinestesia em que o cérebro de uma pessoa gera percepções na forma de imagens e emoções ao ouvir música ou canções.
Com base nos resultados de vários estudos, os pesquisadores também concordam que as sequências de tons podem ajudar os pacientes com demência ou trauma cerebral a se lembrarem melhor.